
História do universo de O Senhor dos Anéis
Eä é o nome do Universo, enquanto arda,
(significa o Reino,
vindo do élfico primitivo gardā, adaptada do valarin Aþāraphelūn) é, a princípio, o nome
usado
para designar o Sistema Solar, mas também pode ser usado especificamente como nome para o
Planeta Terra. Segundo a mitologia de Tolkien, Arda foi criada através da composição de uma
música magnífica, Ainulindalë, quando Ilúvatar solicitou aos Ainur, espécie de anjos, que
criassem juntos uma grandiosa melodia, com a inspiração da Chama Imperecível. Sempre foi
alvo
da cobiça de Melkor, cujo objetivo era governá-la. Porém, Manwë foi designado para ser o
senhor
do reino de Arda. Este chamou a si muitos espíritos superiores e inferiores, que desceram
aos
campos de Arda e ajudaram na concretização do projeto vislumbrado na Grande Música,
preparando
Arda para a chegada dos Filhos de Ilúvatar.
Apesar de 'Terra Média' referir-se estritamente a um continente
específico
(chamado Endor na
língua élfica quenya e Ennor em Sindarin, ambos designando "terra do meio"), representando
aquilo que nós conhecemos como Eurásia e África, o termo é muitas vezes usado para significa
toda a 'terra' (correctamente chamada Arda), ou até todo o universo no qual os contos tomam
lugar.
Se o mapa da Terra Média for projetado na nossa Terra real (uma
aproximação imperfeita, na
melhor das hipóteses), e algumas das semelhanças climatológicas, botânicas e zoológicas mais
óbvias se alinharem, o Shire (Condado) dos Hobbits situar-se-aria na temperada Inglaterra,
Gondor nas mediterrânicas Itália e Grécia, Mordor nos áridos Turquia e Médio Oriente, o Sul
de
Gondor nos desertos do Norte de Africa, Rhovanion nas florestas da Europa de Leste e nas
estepes
da Rússia ocidental e meridional, e a Baía Gelada de Forochel nos fiordes da Noruega.
De acordo com Tolkien, é suposto que o Shire se localize
aproximadamente
na área das regiões
centrais de Inglaterra (especificamente Warwickshire), enquanto que Minas Tirith em Gondor é
comparável a Veneza, e Pelargir a Bizâncio (Constantinopla).
O Hobbit e O Senhor dos Anéis são apresentados como as realizações de
Bilbo, Frodo e outros
Hobbits, e tencionam ser uma tradução do Livro Vermelho do Marco Ocidental. Tal como Rei
Lear de
Shakespeare ou Conan, o Bárbaro de Robert E. Howard, os contos ocupam um local histórico que
não
poderia ter realmente existido. As datas para o comprimento do ano e as fases da lua, junto
com
as descrições de constelações, estabelecem firmemente o mundo como sendo a Terra, não mais
do
que há alguns milhares de anos.
Tolkien escreveu extensivamente sobre linguística, mitologia e
história da
terra, que
formaram a
espinha dorsal para as suas histórias. A maior parte dos seus livros, com excepção de O
Hobbit e
O Senhor dos Anéis, foram editados e publicados postumamente pelo seu filho Christopher.
Notável entre eles é O Silmarillion, o qual descreve uma cosmologia
mais
alargada que inclui
a
Terra Média bem como Valinor, Númenor, e outras terras. Também notáveis são os Contos
Inacabados
e os múltiplos volumes de The History of Middle Earth, que incluem histórias incompletas e
ensaios bem, como detalham o desenvolvimento dos escritos de Tolkien desde os primeiros
rascunhos até às últimas obras na sua vida.

Terrá-Média
A história da Terra Média está dividia em três períodos de tempo,
conhecidos
como os Anos das
Lâmpadas, os Anos das Árvores e os Anos do Sol. Os Anos do Sol são posteriormente
subdivididos
em Eras. A maior parte das histórias da Terra Média ocorre nas primeiras três Eras do
Sol.
Os Anos das Lâmpadas começaram pouco após a criação de Arda pelos
valares.
Os Valar criaram duas
lâmpadas para iluminar o mundo, e o Vala Aulë construiu duas grandes torres, uma no norte
longínquo, e outra no sul mais profundo. Os Valar viviam no meio, na ilha de Almaren. A
destruição das duas lâmpadas por Melkor marcou o final dos Anos das Lâmpadas.
Então, Yavanna criou as Duas Árvores, chamadas Telperion e Laurelin na
terra de Aman. As Árvores
iluminavam Aman, deixando a Terra Média no crepúsculo. Os Elfos acordaram perto do Lago
Cuiviénen, a este da Terra Média, e foram rapidamente abordados pelos Valar. Muitos dos
Elfos
foram persuadidos a continuar a Grande Viagem em direcção ao Ocidente para Aman, mas nem
todos
eles terminaram a viagem (ver a Divisão dos Elfos). Os Valar tinham capturado Melkor, mas
ele
parecia arrependido e foi libertado. Semeou grande discórdia entre os Elfos, e provocou
rivalidades entre os príncipes Elfos Fëanor e Fingolfin. Depois, assassinou o pai de ambos,
o
rei Finwë, e roubou os Silmarils, três gemas forjadas por Fëanor que continham a luz das
Duas
Árvores, do seu cofre, e destruiu ele próprio as Árvores.
Fëanor e os da sua casa saíram para perseguir Melkor em Beleriand,
amaldiçoando-o com o nome de
'Morgoth' (O Inimigo Negro). Seguiu-se um exército maior, liderado por Fingolfin. Alcançaram
a
cidade portuária dos Teleri, Alqualondë, mas os Teleri recusaram-se a dar-lhes navios para
alcançar a Terra Média. Seguiu-se a primeira Matança entre famílias. O exército de Fëanor
partiu
nos navios roubados, deixando Fingolfin para trás, para se dirigir à Terra Média através do
implacável Helcaraxë (ou gelo tormentoso) no norte longínquo. Subsequentemente, Fëanor foi
assassinado, mas a maior parte dos seus filhos sobreviveram e fundaram reinos, tal como
Fingolfin e seus filhos.
A Primeira Era dos Anos do Sol começou quando os Valar fizeram o Sol e
a
Lua a partir dos
últimos fruto e flor das Árvores moribundas. Depois de várias grandes batalhas, a Longa Paz
durou centenas de anos, durante os quais os Homens chegaram às Montanhas Azuis. Mas um por
um,
os reinados élficos tombaram, até mesmo a cidade escondida de Gondolin. No final da era,
tudo o
que restava dos Elfos e Homens livres era uma povoação na boca do rio Sirion. Entre eles
estava
Eärendil, cuja esposa Elwing possuía um Silmaril que os seus avós Beren e Lúthien tinham
recuperado da coroa de Morgoth. Mas os Fëanorianos tentaram reivindicar a posse do Silmaril
à
força, levando a outra matança entre famílias. Eärendil e Elwing levaram o Silmaril através
do
Grande Mar, e imploraram aos Valar perdão e ajuda. Eles responderam. Melkor foi exilado para
o
vácuo e a maior parte das suas obras destruídas. Isto foi conseguido com grande custo,
porque a
própria Beleriand foi destruída e começou a afundar-se sob o mar.
Assim começou a Segunda Era na Terra Média. Aos Homens que se tinham
mantido fiéis foi-lhes
concedida a ilha de Númenor como casa, a oeste, enquanto que aos Elfos foi-lhe permitido o
regresso ao Ocidente. Os numenoreanos tornara-se grandes marinheiros, mas também cada vez
mais
invejosos dos Elfos devido à sua imortalidade. Entretanto, na Terra Média, tornou-se
aparente
que Sauron, o principal servo de Morgoth, estava activo de novo. Trabalhou com os ferreiros
élficos em Eregion no ofício dos anéis, e forjou o Um Anel para os dominar a todos. Os Elfos
ficaram cientes da sua existência, e deixaram de usar os seus.
O último rei Numenoreano, Ar-Pharazôn, pela força do seu exército,
humilhou Sauron e trouxe-o
para Númenor como refém. Mas com a ajuda do Um Anel, Sauron enganou Ar-Pharazôn e convenceu
o
rei a invadir Aman, prometendo imortalidade a todos os que pisassem as Terras Imortais.
Amandil,
chefe dos que se mantiveram fiéis aos Valar, tentou rumar a ocidente para procurar a sua
ajuda.
O seu filho, Elendil, e os seus netos, Isildur e Anárion, prepararam-se para fugir para
este,
para a Terra Média. Quando as forças do Rei chegaram a Aman, os Valar pediram a intervenação
de
Ilúvatar. O mundo estava mudado, e a Estrada Recta da Terra Média para Aman já não existia,
intransitável para todos menos para os Elfos. Númenor foi completamente destruída, e com ela
o
corpo legítimo de Sauron, mas o seu espírito resistiu e voltou para a Terra Média. Elendil e
seus filhos fugiram para a Terra Média a fundaram os reinos de Gondor e Arnor. Cedo, Sauron
ergueu-se de novo, mas os Elfos aliaram-se aos Homens para formar a Última Aliança e
derrotá-lo.
O seu Um Anel foi-lhe tirado por Isildur, mas não destruído.
A Terceira Era assistiu ao aumento do poder dos reinos de Arnor e
Gondor.
Na época de O Senhor
dos Anéis, Sauron tinha recuperado muita da sua força anterior, e procurava o Um Anel. Ele
descobriu que estava na posse de um Hobbit e mandou os nove Espectros do Anel para o
recuperar.
O portador do anel, Frodo Baggins, viajou para Rivendell, onde se decidiu que o Anel tinha
de
ser destruído da única forma possível: atirando-o para o fogo da Montanha da Perdição. Frodo
partiu para a jornada com oito companheiros—a Sociedade do Anel. No último instante falhou,
mas
com a intervenção da criatura Gollum—que tinha sido salvo pela piedade de Frodo e de Bilbo
Bolseiro— o Anel foi no entanto destruído. Frodo e o seu companheiro Sam Gangi foram
aclamados
como heróis. Sauron foi destruído para sempre e o seu espírito dissipou-se.
O fim da Terceira Era marcou o fim do tempo dos Filhos Primogênitos de
Ilúvatar e o começo do
domínio dos Homens. Quando a Quarta Era começou, a maioria dos Elfos que viveram na Terra
Média
mudaram-se para Valinor, para nunca mais voltar; as criaturas do inimigo foram destruídas, e
a
paz foi restaurada entre Gondor e as terras do Sul e Oeste. Eventualmente, os contos da
Terra
Média tornaram-se lenda, e a verdade sobre eles foi esquecida.